Trimestre científico para o vegetarianismo
Dr George Guimarães, nutricionista especializado em dietas vegetarianas
Abril de 2009
www.nutriveg.com.br
O primeiro trimestre de 2009 foi muito rico no que diz respeito à publicação de estudos científicos que apontam os benefícios de consumir mais alimentos de origem vegetal e evitar o consumo de alimentos de origem animal. Comemorarei o fato compartilhando com vocês uma breve revisão dessas publicações.
Em um estudo conduzido pela Tufts University, nos EUA, 171 pessoas com mais de 50 anos foram avaliadas de acordo com o grau de alcalinidade da sua dieta. Os cientistas concluíram que quanto mais alcalina era a dieta, menor era a perda de cálcio na urina. Conforme foi apontado pelos autores, o consumo de vegetais e frutas (mesmo as frutas ácidas) promove a alcalinização do sangue. Já os alimentos de origem animal, refrigerantes e alimentos altamente processados são alimentos altamente acidificantes. Em síntese, isso significa que comer verduras e frutas é benéfico para os ossos, enquanto as carnes e outros produtos de origem animal fazem com que o corpo perca cálcio, resultando na fragilização dos ossos.
Já uma tese produzida na Holanda a partir da revisão de vários estudos epidemiológicos apontou para os benefícios que o consumo de vegetais e frutas traz para a saúde cardiovascular. A tese aponta para o fato de que os vegetais e as frutas são ricos em fitoquímicos, vitaminas, minerais, ácidos graxos poliinsaturados e fibras. A tese mostra a relação existente entre o consumo dessas substâncias e a prevenção de fatores de risco que levam à doença cardiovascular, dentre eles a hipertensão arterial, o colesterol elevado e a obesidade. A tese aponta que além de gozarem de colesterol reduzido, melhor controle de peso e melhor controle da pressão arterial, os vegetarianos também têm um menor risco de desenvolver o diabetes tipo 2.
Em um estudo da universidade de Harvard, foram acessados os hábitos alimentares de mais de 40.000 mulheres no final da sua adolescência e que foram acompanhadas pelos sete anos seguintes. Aquelas que na adolescência consumiram mais carne vermelha e carnes embutidas apresentaram uma elevação de mais de 30% no risco de desenvolver câncer de mama na idade adulta.
Já em outro estudo em que foram analisados os hábitos alimentares de 2.400 mulheres norte-americanas de ascendência asiática, foi demonstrado que aquelas que consumiam mais vegetais e soja apresentavam um risco reduzido de desenvolver o câncer de mama. Para as mulheres que consumiam uma quantidade elevada de carnes, o risco de desenvolver a doença foi dobrado.
Por fim, um estudo do National Cancer Institute dos EUA declarou que o consumo de carne vermelha e de carnes embutidas reduz significativamente a expectativa de vida. O estudo foi além do apontamento do risco de desenvolver doenças do coração e cânceres intestinais e do sistema reprodutor, apontando também para a relação existente entre o consumo de carnes e outras doenças, como a doença de Alzheimer.
Esse estudo acompanhou os hábitos alimentares de meio milhão de pessoas com idade entre 50 e 71 anos durante uma década. As pessoas que consumiam a maior quantidade de carne vermelha apresentaram uma elevação de mais de 30% no risco de morte por todas as causas combinadas. Para as que consumiam a maior quantidade de carnes embutidas, o risco de morte por todas as causas foi elevado em até 25%.
Especificamente sobre o risco de desenvolver câncer, o estudo apontou que a elevação foi de mais de 20% entre aqueles que consumiam a maior quantidade de carne vermelha e de até 12% entre aqueles que consumiam a maior quantidade de carnes embutidas. Para as doenças cardiovasculares, a elevação no risco de morte foi de até 50% quando associado ao alto consumo de carne vermelha e de até 38% quando associado ao alto consumo de carnes embutidas.
Como já vem sendo evidenciado pela produção científica há algumas décadas, o consumo de alimentos vegetais é benéfico para a saúde enquanto o consumo de alimentos de origem animal está relacionado a muitos dos malefícios que mais afetam a saúde da população. Por mais que alguns possam querer argumentar que a carne é fonte de nutrientes importantes, qualquer suposto benefício que se possa obter a partir do seu consumo não é capaz de justificar os riscos associados a esse hábito. Sabendo que podemos atender às nossas necessidades nutricionais consumindo alimentos que, além de nutritivos, ainda oferecem proteção contra o desenvolvimento das doenças mais fatais ou debilitantes da atualidade, não resta motivo científico para insistirmos no consumo de alimentos de origem animal.
Dr George Guimarães, nutricionista especializado em dietas vegetarianas
Abril de 2009
www.nutriveg.com.br
O primeiro trimestre de 2009 foi muito rico no que diz respeito à publicação de estudos científicos que apontam os benefícios de consumir mais alimentos de origem vegetal e evitar o consumo de alimentos de origem animal. Comemorarei o fato compartilhando com vocês uma breve revisão dessas publicações.
Em um estudo conduzido pela Tufts University, nos EUA, 171 pessoas com mais de 50 anos foram avaliadas de acordo com o grau de alcalinidade da sua dieta. Os cientistas concluíram que quanto mais alcalina era a dieta, menor era a perda de cálcio na urina. Conforme foi apontado pelos autores, o consumo de vegetais e frutas (mesmo as frutas ácidas) promove a alcalinização do sangue. Já os alimentos de origem animal, refrigerantes e alimentos altamente processados são alimentos altamente acidificantes. Em síntese, isso significa que comer verduras e frutas é benéfico para os ossos, enquanto as carnes e outros produtos de origem animal fazem com que o corpo perca cálcio, resultando na fragilização dos ossos.
Já uma tese produzida na Holanda a partir da revisão de vários estudos epidemiológicos apontou para os benefícios que o consumo de vegetais e frutas traz para a saúde cardiovascular. A tese aponta para o fato de que os vegetais e as frutas são ricos em fitoquímicos, vitaminas, minerais, ácidos graxos poliinsaturados e fibras. A tese mostra a relação existente entre o consumo dessas substâncias e a prevenção de fatores de risco que levam à doença cardiovascular, dentre eles a hipertensão arterial, o colesterol elevado e a obesidade. A tese aponta que além de gozarem de colesterol reduzido, melhor controle de peso e melhor controle da pressão arterial, os vegetarianos também têm um menor risco de desenvolver o diabetes tipo 2.
Em um estudo da universidade de Harvard, foram acessados os hábitos alimentares de mais de 40.000 mulheres no final da sua adolescência e que foram acompanhadas pelos sete anos seguintes. Aquelas que na adolescência consumiram mais carne vermelha e carnes embutidas apresentaram uma elevação de mais de 30% no risco de desenvolver câncer de mama na idade adulta.
Já em outro estudo em que foram analisados os hábitos alimentares de 2.400 mulheres norte-americanas de ascendência asiática, foi demonstrado que aquelas que consumiam mais vegetais e soja apresentavam um risco reduzido de desenvolver o câncer de mama. Para as mulheres que consumiam uma quantidade elevada de carnes, o risco de desenvolver a doença foi dobrado.
Por fim, um estudo do National Cancer Institute dos EUA declarou que o consumo de carne vermelha e de carnes embutidas reduz significativamente a expectativa de vida. O estudo foi além do apontamento do risco de desenvolver doenças do coração e cânceres intestinais e do sistema reprodutor, apontando também para a relação existente entre o consumo de carnes e outras doenças, como a doença de Alzheimer.
Esse estudo acompanhou os hábitos alimentares de meio milhão de pessoas com idade entre 50 e 71 anos durante uma década. As pessoas que consumiam a maior quantidade de carne vermelha apresentaram uma elevação de mais de 30% no risco de morte por todas as causas combinadas. Para as que consumiam a maior quantidade de carnes embutidas, o risco de morte por todas as causas foi elevado em até 25%.
Especificamente sobre o risco de desenvolver câncer, o estudo apontou que a elevação foi de mais de 20% entre aqueles que consumiam a maior quantidade de carne vermelha e de até 12% entre aqueles que consumiam a maior quantidade de carnes embutidas. Para as doenças cardiovasculares, a elevação no risco de morte foi de até 50% quando associado ao alto consumo de carne vermelha e de até 38% quando associado ao alto consumo de carnes embutidas.
Como já vem sendo evidenciado pela produção científica há algumas décadas, o consumo de alimentos vegetais é benéfico para a saúde enquanto o consumo de alimentos de origem animal está relacionado a muitos dos malefícios que mais afetam a saúde da população. Por mais que alguns possam querer argumentar que a carne é fonte de nutrientes importantes, qualquer suposto benefício que se possa obter a partir do seu consumo não é capaz de justificar os riscos associados a esse hábito. Sabendo que podemos atender às nossas necessidades nutricionais consumindo alimentos que, além de nutritivos, ainda oferecem proteção contra o desenvolvimento das doenças mais fatais ou debilitantes da atualidade, não resta motivo científico para insistirmos no consumo de alimentos de origem animal.